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    [sábado, fevereiro 21, 2004]

    A juventude de hoje

    Em conversa com o irmão mais novo de um amigo, cheguei a uma triste
    conclusão.
    A juventude de hoje, na faixa que vai até aos 20 anos, está perdida.
    E está perdida porque não conhece os grandes valores que orientaram os que hoje rondam os trinta.
    O grande choque, entre outros nessa conversa, foi quando lhe falei no Tom Sawyer. "Quem? " , perguntou ele. Quem?! Ele não sabe quem é o Tom Sawyer! Meu Deus...

    Como é que ele consegue viver com ele mesmo? A própria música: " Tu que andas sempre descalço, Tom Sawyer, junto ao rio a passear, Tom Sawyer, mil
    amigos deixarás, aqui e além... " era para ele como o hino senegalês
    cantado em mandarim.

    Claro que depois dessa surpresa, ocorreu-me que provavelmente ele não
    conhece outros ícones da juventude de outrora.

    O D'Artacão, esse herói canídeo, que estava apaixonado por uma caniche;
    Sebastien et le Soleil, combatendo os terríveis Olmecs;
    Galáctica, que acalentava os sonhos dos jovens, com as suas naves
    triangulares;
    O Automan, com o seu Lamborghini que dava curvas a noventa graus;
    O mítico Homem da Atlântida, com o Patrick Duffy e as suas membranas no
    meio dos dedos;
    A Super-Mulher, heroína que nos prendia à televisão só para a ver mudar de
    roupa (era às voltas, lembram-se?);
    O Barco do Amor, que apesar de agora reposto na Sic Radical, não é a mesma coisa.
    Naquela altura era actual ...
    E para acabar a lista, a mais clássica de todas as séries, e que marcou mais gente numa só geração: O Verão Azul.
    Ora bem, quem não conhece o Verão Azul merece morrer. Quem não chorou com a morte do velho Shanquete, não merece o ar que respira. Quem, meu Deus, não sabe assobiar a música do genérico, não anda cá a fazer nada.

    Depois há toda uma série de situações pelas quais estes jovens não
    passaram, o que os torna fracos. Ele nunca subiu a uma árvore! E pior,
    nunca caiu de uma. É um mole. Ele não viveu a sua infância a sonhar que um
    dia ia ser duplo de cinema. Ele não se transformava num super-herói quando
    brincava com os amigos. Ele não fazia guerras de cartuchos, com os canudos
    que roubávamos nas obras e que depois personalizávamos. Aliás, para ele é
    inconcebível que se vá a uma obra.
    Ele nunca roubou chocolates no Pingo-Doce.
    O Bate-pé para ele é marcar o ritmo de uma canção.
    Confesso, senti-me velho ...

    Esta juventude de hoje está a crescer à frente de um computador.
    Tudo bem, por mim estão na boa, mas é que se houver uma situação de perigo real, em que tenham de fugir de algum sítio ou de alguma catástrofe, eles vão ficar à toa, à procura do comando da Playstation e a gritar pela Lara
    Croft. Óbvio, nunca caíram quando eram mais novos. Nunca fizeram feridas,
    nunca andaram a fazer corridas de bicicleta uns contra os outros.
    Hoje, se um miúdo cai, está pelo menos dois dias no hospital, a levar
    pontos e a fazer exames a possíveis infecções, e depois está dois meses em
    casa a fazer tratamento a uma doença que lhe descobriram por ter caído.
    Doenças com nomes tipo " " , que não existiam antigamente.
    No meu tempo, se um gajo dava um malho (muitas vezes chamado de "terno") nem via se havia sangue, e se houvesse, não era nada que um bocado de
    terra espalhada por cima não estancasse.
    Eu hoje já nem vejo as mães virem à rua buscar os putos pelas orelhas,
    porque eles estavam a jogar à bola com os ténis novos.
    Um gajo na altura aprendia a viver com o perigo.
    Havia uma hipótese real de se entrar na droga, de se engravidar uma miúda
    com 14 anos, de apanharmos tétano num prego enferrujado, de se ser raptado quando se apanhava boleia para ir para a praia. E sabíamos viver com isso.
    Não estamos cá?
    Não somos até a geração que possivelmente atinge objectivos maiores com
    menos idade?
    E ainda nos chamavam geração "rasca"...
    Nós éramos mais a geração "à rasca", isso sim.
    Sempre à rasca de dinheiro, sempre à rasca para passar de ano, sempre à
    rasca para entrar na universidade, sempre à rasca a ver se a namorada
    estava grávida, sempre à rasca para tirar a carta, para o pai emprestar o
    carro. Agora não falta nada aos putos.
    Eu, para ter um mísero Spectrum 48K, tive que pedir à família toda para se
    juntar e para servir de prenda de anos e Natal, tudo junto.
    Hoje, ele é Playstation, PC, telemóvel, portátil, Gameboy, tudo. Claro,
    pede-se a um chavalo de 14 anos para dar uma volta de bicicleta e ele
    pergunta onde é que se mete a moeda, ou quantos bytes de RAM tem aquela
    versão da bicicleta.
    Com tanta protecção que se quis dar à juventude de hoje, só se conseguiu
    que 8 em cada dez putos sejam cromos.
    Antes, só havia um cromo por turma. Era o tóto de óculos, que levava
    porrada de todos, que não podia jogar à bola e que não tinha namoradas. É
    certo que depois veio a ser líder de algum partido, ou gerente de alguma
    empresa de computadores, mas não curtiu nada.
    Hoje, se um puto é normal, ou seja, não tem óculos, nem aparelho nos
    dentes, as miúdas andam atrás dele, anda de bicicleta e fica na rua até às
    dez da noite, os outros são proibidos de se dar com ele.

    Nuno Markl

    Posted by: cafajeste / 5:22 AM



    Postado por Kuska * 11:46

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