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Terroristas em Portugal
Um relatório do S.I.S. e do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras recentemente revelado informa que o atentado perpetrado nas cidades de Nova Iorque e de Washington estava destinado a ser cometido única e exclusivamente na cidade de Lisboa.
Por diversos motivos que passaremos a detalhar, e segundo as informações entretanto recolhidas, dois terroristas de algum lugar do Médio Oriente chegaram a Lisboa com a firme determinação de executar o “castigo de Alá para com os infiéis portugueses�.
Tal castigo não pôde ser levado a cabo…
Eis a história e o itinerário seguido pelos dois terroristas uma vez chegados ao nosso paÃs. (Sic, tal como consta do relatório).
Domingo (23:47)
Chegam ao aeroporto da Portela, via aérea, vindos da Turquia. Saem do aeroporto com oito horas de atraso, depois de conseguirem recuperar as bagagens que estavam perdidas.
Apanham um taxi. O taxista vê-os pelo espelho e ao ver a pinta de turistas que tinham, resolve passeá-los por toda a Lisboa durante uma hora e meia. Ao ver que não abriam o bico depois de lhes ser cobrado vinte contos pela tarifa, resolve tramá-los e, por telemóvel, chama um cúmplice que entra no taxi na Rotunda de Algés.
Depois de uma carga de porrada e de lhes terem roubado todos os seus pertences, deixam-nos em Monsanto na companhia dos esquilos.
Segunda-feira (16.30)
Ao acordarem, depois da carga de porrada, conseguem chegar a um Hotel da Segunda Circular.
Na viagem de carro do hotel para o centro, são confrontados com uma manifestação da Fenprof, em conjunto com uma de funcionários camarários e outra de agricultores do Alentejo, juntamente com alguns condutores de tractores do Oeste. Ficaram retidos no trânsito por tempo indeterminado.
Segunda-feira (19:30)
Chegam ao Rossio. (Por fim!)
Precisam de trocar dinheiro, para se movimentarem sem levantar suspeitas. Os seus dólares são trocados por notas de dez mil escudos falsas…
Segunda-feira (19:45)
Chegados ao Aeroporto da Portela, tentam embarcar num avião que se desfizesse sobre a Ponte 25 de Abril.
Os pilotos da TAP estão em greve. Exigem que lhes quadrupliquem o seu ordenado e reduzam as suas horas de trabalho. Os controladores de voo queixam-se do mesmo.
O único avião em pista é da SATA Internacional e já tinha treze horas de atraso em relação à hora prevista para a sua partida.
O pessoal de terra e os passageiros acampam no aeroporto, gritam palavras de ordem contra o Governo e os pilotos.
Chega a Brigada de Intervenção da P.S.P. e distribui paulada por todos os presentes.
Segunda-feira (21:05)
Por fim os ânimos acalmam-se. Dirigem-se ao balcão de uma companhia não identificada e pedem dois bilhetes para o Porto, sempre com a intenção de o desviar e faze-lo explodir contra um dos pilares da ponte. Mas o funcionário do balcão (um tal Octávio Machado) vende-lhes bilhetes para um voo que estava cancelado…
Segunda-feira (21:07)
Tendo em conta o avançado da hora, discutem entre si se deverão executar o seu plano ou não. Fazer explodir a Ponte e tudo ao seu redor já lhes parece mais uma obra de caridade que um acto terrorista.
Segunda-feira (22:10)
Mortos de fome, vão comer algo no bar do Aeroporto. Pedem duas chamuças e rissóis de camarão com salada russa.
Terça-feira (10:00)
Recuperam no Hospital de São José de uma intoxicação por salmonelas causada pela salada russa, depois de terem esperado toda a noite no Serviço de Urgência para que os atendessem.
A recuperação teria sido rápida, não fosse o desmoronar do tecto da enfermaria onde foram instalados.
Terça-feira da semana seguinte (19:00)
Uma semana depois tem alta do hospital e, ao passarem pelo Bairro Alto, vêem-se envolvidos numa rixa entre gangs rivais de skins, que se unem para lhes dar outra valente sova.
Decidem “dar de beber à dor, que é o melhor", visto que nada lhes sai de feição. Várias garrafas de whisky de Sacavém levam-nos outra vez ao hospital com uma intoxicação por álcool metÃlico.
Quarta-feira (09:00)
Escondem-se num contentor do primeiro barco que encontram e resolvem fugir do paÃs na esperanca de chegarem a Marrocos.
Com uma ressaca monumental, juram por Alá não voltarem a tentar nada no nosso “abençoadoâ€� paÃs.
Decidem fazê-lo nos Estados Unidos, por ser muito mais fácil!
Viciado de serviço : Tempestade
Postado por Kuska * 09:26
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